sábado, 22 de fevereiro de 2014

Parte de mim

   Parte de mim 
   Nove anos se passaram e eu passei por uma oscilação comportamental. Não durante esse período, mas durante a separação. No início, tudo era maravilhoso, novidade, até beleza. Eu realmente acreditava que ele era belo e continuo pensando dessa forma... embora não o veja mais... apenas em minhas memórias e fotografias.   
     Quando rompemos, sofri muito, pois costumávamos ir a festas e ele sempre estava junto de mim. Meu sorriso era inefável e parecia acompanhar um sonho místico pelas noites afora. Tudo graças à sua presença. Algumas vezes ele brilhava mais que eu, mas eu não me importava, afinal o amava muito. Outras vezes ele me atrapalhava – e tinha até de escondê-lo -, mas sua capacidade de brilhar superava esses pequenos contratempos. Ele sempre aparecia e, algumas vezes, dava trabalho. E como dava!  
     Dentre suas graças, o tom de sua veste era o que mais me fascinava: ora esverdeado - embora nada tivesse relacionado a um extraterrestre -, ora rosado - mas não homossexual -, ora avermelhado como a chama da paixão. Minhas escolhas o faziam mudar de tom. Ele era totalmente dependente de mim.    
     Nas fotografias, formávamos uma bela dupla, pelo menos era o que eu imaginava. Já meus amigos, nunca se pronunciaram a respeito. Não que eu tivesse lhes perguntado, mas sequer comentavam algo. Quanta imodéstia minha. Sempre fui indiferente às opiniões alheias, pois quando realmente gosto de algo ou de alguém a única opinião que prepondera é a minha.  
     Quanta saudade sinto dele! Só que uma saudade diferente. É algo quase inexplicável e talvez até incompreendido por muitos. Mas, como a única opinião que conta é a minha...   Dizem que o tempo é o melhor remédio para curar a dor da saudade, mas o que o tempo não consegue é fazer com que eu o esqueça, principalmente em dias chuvosos - de tempestade. Como sempre tive muito medo de raios e rajadas de vento, me enovelava em uma coberta quando podia e, claro, junto dele. Eu me sentia segura. Foram longos nove anos. Nove anos de convivência, de intimidade, de cumplicidade. Sempre um tomando conta do outro. Ele era parte de mim.  
  Sei que, ao tentar explicar sua ausência, diferentes opiniões surgirão, mas ainda bem que opiniões são ideias sem fundamentos, são meros juízos que as pessoas fazem de alguém. Sendo assim, posso salvar minha lucidez.   Agora tenho de aprender a viver sem ele. Acabou o seu tempo. O seu tempo comigo. Uma nova fase recomeça e preciso adaptar-me a ela. Explicar o que sinto talvez eu nunca consiga, afinal quem entenderia a falta que ele me faz?  
  Quem seria capaz de compreender o vazio deixado por um simples, mas intenso, único e refulgente aparelho ortodôntico?    O bom é que na insanidade da vida vivem os grandes gênios! 

Nívea Mª. P. Desconsi (no prelo) 

Vídeo musical e explicativo sobre FIGURAS DE LINGUAGEM



quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Figuras de linguagem

Figuras de linguagem
Melodia: Foi na loja do Mestre André


Foi na aula do Mestre André que aprendi COMPARAÇÃO
Comparar e usar conectivos pra explicar
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi a tal METÁFORA
Comparar, mas não usar conectivos pra explicar
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi a METONÍMIA
É a parte pelo todo e o autor por sua obra
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi o que é HIPÉRBOLE
Exagero, exagerar, exagero, exagerar
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi o que é EUFEMISMO
Suavizar, suavizar, uma ideia suavizar
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi PROSOPOPEIA
São ações de humanos para coisas ou animais
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi o PLEONASMO
É errado, é errado, entrar pra dentro, gritar alto
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi ANACOLUTO
Há um termo que se pode retirar do seu lugar
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi o que é ANTÍTESE
São palavras empregadas com sentidos bem contrários
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.
Foi na aula do Mestre André que aprendi SINESTESIA
É a mistura, a fusão dos sentidos da pessoa
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi a CATACRESE
Quando falta uma palavra é um sentido inventar
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi o que é HIPÁLAGE
Adjetivo inventar no lugar do que alterar
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi o que é QUIASMO
Inverter as palavras para o que se quer dizer
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi o que é SILEPSE
Concordância anormal com a ideia e não com o termo
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi o que é PERÍFRASE
Empregar muitas palavras no lugar de uma só
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi o Seu ASSÍNDETO
Suprimir o conector, um exemplo de elipse.
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi o POLISSÍNDETO
Repetir conjunção, geralmente a letra “e”
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi o que é ZEUGMA
Omitir, esconder, qualquer verbo de dizer
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi o que é APÓSTROFE
Chamamento, invocação de alguém ou de atenção
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

 Foi na aula do Mestre André que aprendi o que é HIPÉRBATO
Inversão das palavras no período ou oração
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi o que é ANÁSTROFE
Do hipérbato variante: alguns termos se invertem
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi ONOMATOPEIA
Repetir ou imitar cada som da natureza
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi ALITERAÇÃO
Repetir consoantes e nas frases as ouvir
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.

Foi na aula do Mestre André que aprendi o que é ENÁLAGE
É a troca equivocada de alguns tempos verbais
Ai olé, ai olé, foi na aula do Mestre André.